quarta-feira, 16 de maio de 2012

Luiz Carlos Barreto lança Plano Diretor do Cinema Brasileiro

DO RIO

Em um painel sobre "indústrias criativas" que teve a participação da ministra da Cultura, Ana de Hollanda, e do ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, o produtor e cineasta Luiz Carlos Barreto, 83, lançou na tarde de quarta (16) seu Plano Diretor do Cinema Brasileiro, um projeto visando ao "desenvolvimento de uma forte indústria de cinema no Brasil, disputando o mercado nacional e o mundial".

O plano, elaborado em parceria com o diretor Nelson Pereira dos Santos, 83, traz um diagnóstico da indústria do entretenimento no país e no mundo e uma série de "propostas concretas" que vão desde a fusão da Ancine com a Anatel, "constituindo uma só agência de regulação e fiscalização do mercado", até a reestruturação do Conselho Superior do Cinema e Audiovisual, que passaria a ser "vinculado à Casa Civil da Presidência".

O painel aconteceu durante o 24º Fórum Nacional, encontro anual organizado pelo Instituto Nacional de Altos Estudos e coordenado pelo economista e ex-ministro João Paulo dos Reis Velloso, no auditório do BNDES, no Rio. Barreto, um dos principais produtores da história do cinema nacional, afirmou que seu plano busca "tornar o cinema uma atividade permanente em nosso país, em vez de uma história de curtos ciclos que se abrem e fecham da noite para o dia".

Segundo ele, o Brasil já tem órgãos e mecanismos que permitiriam desenvolver a indústria cinematográfica, mas eles estão "tamponados por regras e procedimentos burocráticos inadequados e engessadores".
O produtor também criticou o direcionamento dos incentivos fiscais (como os da Lei Rouanet) para projetos, em vez de empresas. "Se uma empresa, ao longo de um ano, produz, digamos, dez filmes, algo como dois ou três irão dar lucro, que servirá para cobrir o prejuízo dos restantes. Por isso temos de construir fortes estruturas empresarias se queremos ter uma forte indústria."

O plano diretor define ainda uma série de "ações básicas" que vão desde a criação de linhas suplementares de financiamento à produção, por meio do BNDES, até a definição de metas para a produção de filmes (os autores propõem que sejam feitos "120 longas-metragens até 2014") e a instalação de "mais de 2.000 salas de cinema localizadas nas periferias urbanas e nas cidades de médio porte nos meios rurais", em um prazo de cinco anos

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