DO RIO
Em um painel sobre "indústrias criativas" que teve a participação da
ministra da Cultura, Ana de Hollanda, e do ministro dos Esportes, Aldo
Rebelo, o produtor e cineasta Luiz Carlos Barreto, 83, lançou na tarde
de quarta (16) seu Plano Diretor do Cinema Brasileiro, um projeto
visando ao "desenvolvimento de uma forte indústria de cinema no Brasil,
disputando o mercado nacional e o mundial".
O plano, elaborado em parceria com o diretor Nelson Pereira dos Santos,
83, traz um diagnóstico da indústria do entretenimento no país e no
mundo e uma série de "propostas concretas" que vão desde a fusão da
Ancine com a Anatel, "constituindo uma só agência de regulação e
fiscalização do mercado", até a reestruturação do Conselho Superior do
Cinema e Audiovisual, que passaria a ser "vinculado à Casa Civil da
Presidência".
O painel aconteceu durante o 24º Fórum Nacional, encontro anual
organizado pelo Instituto Nacional de Altos Estudos e coordenado pelo
economista e ex-ministro João Paulo dos Reis Velloso, no auditório do
BNDES, no Rio. Barreto, um dos principais produtores da história do
cinema nacional, afirmou que seu plano busca "tornar o cinema uma
atividade permanente em nosso país, em vez de uma história de curtos
ciclos que se abrem e fecham da noite para o dia".
Segundo ele, o Brasil já tem órgãos e mecanismos que permitiriam
desenvolver a indústria cinematográfica, mas eles estão "tamponados por
regras e procedimentos burocráticos inadequados e engessadores".
O produtor também criticou o direcionamento dos incentivos fiscais (como
os da Lei Rouanet) para projetos, em vez de empresas. "Se uma empresa,
ao longo de um ano, produz, digamos, dez filmes, algo como dois ou três
irão dar lucro, que servirá para cobrir o prejuízo dos restantes. Por
isso temos de construir fortes estruturas empresarias se queremos ter
uma forte indústria."
Nenhum comentário:
Postar um comentário