São os primeiros investimentos no ano de 2012 do Fundo Setorial do Audiovisual, o principal mecanismo de fomento ao audiovisual no Brasil
Foram
anunciadas as primeiras chamadas públicas de 2012 do
Fundo Setorial do
Audiovisual, que investirá um total de R$ 205 milhões em quatro linhas de
ação, para projetos de produção e distribuição de longas-metragens e produção de
séries de televisão. O valor é superior à soma dos recursos investidos nas três
convocatórias anteriores do FSA (R$ 202,5 milhões).
No evento, realizado no auditório da ANCINE, onde foram anunciados os investimentos, participaram a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, o diretor-presidente da
ANCINE, Manoel Rangel, a chefe do Departamento de Cultura, Entretenimento e
Turismo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, Luciane
Gorgulho, e o vice-presidente do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo
Sul – BRDE, Carlos Henrique Horn. Os editais das novas chamadas públicas serão
publicados a partir da próxima segunda-feira, dia 21, nos portais da ANCINE, do
BRDE e do MinC.
Carlos
Henrique Horn (BRDE), Ana de Hollanda (Ministra da Cultura), Manoel Rangel
(ANCINE) e Luciane Gorgulho (BNDES)
A
ministra Ana de Hollanda destacou o novo momento vivido pelo cinema e pelo
audiovisual no Brasil e lembrou o empenho feito pelo MinC e pela ANCINE, ao
longo de 2011, pela aprovação da Lei 12.485, entre outras ações: “Essa lei
garante mais espaço na televisão brasileira para conteúdos nacionais e foi uma
grande conquista. Muitas outras ações, como o já aprovado Programa Cinema Perto
de Você, estão levando o audiovisual brasileiro a um patamar mais elevado e
seguro. O Fundo Setorial do Audiovisual, por sua vez, contribui para a
continuidade e a regularidade da produção e estimula as empresas distribuidoras
a trabalharem com mais produtos brasileiros, que passam a ter o espaço que
merecem não apenas nos cinemas, mas também na televisão aberta e fechada. Nós
damos muita importância ao estímulo à economia criativa, e o cinema se destaca
como uma das principais atividades que contribuem para a auto-estima dos
brasileiros, que passam a conhecer mais o que se faz no país.”
O
diretor-presidente da ANCINE, Manoel Rangel, iniciou sua apresentação fazendo um
balanço positivo das três convocatórias já realizadas pelo Fundo Setorial do
Audiovisual: “Desde sua criação, o Fundo já recebeu a inscrição de 861 projetos,
dos quais selecionamos 214, que receberam investimentos em quatro linhas de
ação. Nossa percepção é que o FSA já ocupa um papel central na política pública
do cinema e do audiovisual, sendo a principal ferramenta de desenvolvimento do
setor no Brasil. Mais do que isso, esse mecanismo criou um novo modelo de
relacionamento com os agentes do mercado, por meio de parcerias nas quais os
resultados são compartilhados, realimentando a capacidade de investimento. Nesse
sentido, ao se espraiar por todos os ramos da atividade audiovisual, o FSA será
também fundamental para responder aos desafios da implantação da Lei
12.485.”
Rangel
destacou que, graças ao FSA, as distribuidoras independentes de filmes
brasileiros já assumiram um papel central na atividade: hoje essas empresas
representam 70% da participação de mercado de distribuição de filmes brasileiros
no mercado interno, enquanto há apenas dois anos essa participação era residual.
Além disso, novas distribuidoras foram atraídas para o filme brasileiro,
proporcionando mais alternativas para os produtores e uma agressividade maior
nos lançamentos, disputando espaço com as produções estrangeiras. Por fim,
emissoras abertas e programadoras também passaram a investir em conteúdos
brasileiros independentes, em suas estratégias de formulação das grades de
programação.
O
diretor-presidente da ANCINE anunciou algumas inovações introduzidas nas
chamadas públicas de 2012: “A convocatória deste ano traz algumas novidades. Com
R$ 90 milhões,a Linha A, voltada à produção de longas- metragens, foi
subdividida em aporte à produção – R$ 50 milhões – e complementação – R$ 40
milhões. O objetivo é conferir um tratamento mais equilibrado a projetos que se
encontram em diferentes etapas de produção e induzir o planejamento mais
adequado da ocupação do mercado. Outra mudança é que todas as linhas, com
exceção do aporte à produção da Linha A, passam a operar em fluxo contínuo. Ao
longo do ano, as decisões de investimento serão tomadas projeto a projeto, com
mais agilidade. Estimamos em três meses o prazo entre a inscrição e a resposta
sobre a decisão de investimento.”